quarta-feira, 13 de abril de 2011

No silêncio dos pecados habitava a felicidade

No silêncio dos pecados habitava a felicidade deles. Disseste-lhe “A inocência com que brincas no parque, arde-me em todos os pontos da alma”. Ele, que o viste chegar num dia de sol fraco, partiu numa noite sem lua. O caminho tornou-se longo e a estrada larga. O céu fantasiou-se de roxos violentos, e violetas modestos. Doravante comeriam ambos da dor que em si pariram. Despojado de matéria, entregaste-te ao azul que entrou no quarto, que te entrou na alma. Inebriado pelo caudal de sensações que te percorriam as veias, deixaste-te apodrecer. Os teus cavalos caíram no abismo. Doce linho que te envolveu no silêncio. Doces cravos que te pregaram ao chão da inexistência. Selaste o moimento.