Os contos que me contaste, não sei onde os guardaste.
Na relva fresca, fruto da terra húmida, uma rosa colheste. Adornaste o meu cabelo com ela, e um botão da minha camisa de tresmalhou. Tombei. O vento continuava adejando a copa das árvores, que se enchiam de flor. O rio continuava regando os lírios brancos, que na sua margem se alimentavam. Vénus lá se prostrava, rodeado de ninfas se enfeitando, e cantando aos amores. Soltei um grito que em mim desconhecia, e tornei-me senhora do meu corpo. Encheste-me de perfumes e óleos primaveris, essências fecundas da mãe do amor. Lavei-me no rio dos lírios brancos, qual deusa ajudada pelas ninfas, sendo mirada pelo seu Marte. Querubins e Serafins te limpavam o rosto, suado da refrega.
Os contos que me contaste, não sei onde os deixaste. Eu trago-os em mim, porque em mim os semeaste.
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