quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

temo pela vida do meu semelhante

Eu não me importo se as tuas mãos estiverem frias, pelo menos ainda estou vivo, mesmo não tendo para onde ir. Mas por favor, não me deixes. Não me deixes aqui com este remédio. Mesmo à noite, não me deixes dormir sozinho, pois quando durmo é quando estou ainda mais só. E é ai que preciso que tomes conta de mim. Eu sei que também choras quando eu vou embora, mas peço-te que nunca mo digas, não conseguiria aguentá-lo sozinho. Tu és o único pilar que aguenta esta casa de lunáticos.
Vejo as luzes através do ecrã a criarem sombras, onde sinto os estofos a roubarem-me o corpo, todo o meu ser foge por um buraco no chão, feito pelo teu anel. Ouço as canções de embalar vindas das máquinas de escrever, que contam verdades que ninguém quer ouvir. Dizem que vais partir. Não me deixes sozinho com o meu irmão que tenho medo de o matar. Os ciúmes podem apoderar-se de mim e eu não quero mais sangue nas minhas mãos.
Estou com mais medo do que nunca.

Não me deixes. Não me deixes aqui com este remédio.

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