domingo, 12 de setembro de 2010

o meu gato tem insónias II

Tenho medo. As paredes tornaram-se negras e espessas. As divisões comprimem-se, apertando o ar, e eu asfixio. Estou tonto. Dentro delas aparecem cadáveres; crânios que gritam. Som estridente, suspenso e ensurdecedor. Relembram os erros do ser, que de humano tem pouco. Estou enjoado. Há um palhaço triste dentro de casa.

Sei que pela hora em que o portão chiou, foi a última vez que me amaste com o teu olhar. Era madrugada, e já um de nós havia morrido. Toda a música era o canto do corvo.

Socorri-me do branco pó que um dia me ofereceste. O que existirá depois do azul?

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