quinta-feira, 5 de agosto de 2010

cartas perdidas: post scriptum

(nós nunca nos despegamos dos que não existem quando estamos sozinhos.)

está a ser difícil não pensar. está a ser difícil não imaginar. Está a ser difícil não ser eu. mas desta vez vai dar certo. desta vez vou conseguir. desta vez não vou falhar.

não me quero agarrar a uma ideia. a uma imagem. a uma expectativa. é tudo tão vago, que torna o risco ainda maior. se eu só funciono no plano abstracto e se fujo do concreto a passos largos, desta vez isso deixa-me inseguro. e com isso não sei funcionar. que estupidez tudo isto. que raio de objecções aleatórias. merda.

talvez tenhamos mais aventuras loucas e selvagens, talvez não, mas daqui para a frente, não serei eu a inventá-las.

quero andar de cavalo. quero tomar um café envenenado. quero passar por entre vidros. quero ver tudo azul e formigas a voarem.

ainda estás ai?
ainda estás?
...ai?

eu sempre estive aqui. moro dentro da tua objectiva e cubro-me com a tua película.



é preciso esquecer tudo
tudo pode ser esquecido

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