Estou novamente de viagem, parto de comboio tendo-te como destino. Contudo, não sei para onde parto, não sei quem tu és. Só tenho esta viagem, onde espero encontrar-me. O cansaço bate e, por entre pensamentos vazios, vejo-me, exposto. A claridade, lá fora, preenche os espaços que me deixaste, sempre esta ignorante procura de inspiração.
Aqui, enquanto não consigo escrever, sofro - não é por ti que sofro, mas por mim -, pois deixaste-me nesta ridícula condição. Sou mais um fado desencontrado, mais um amante prometido. Sou eu quem te quer ter como meta. Hoje sei que quando chegar à estação vou ter que perceber que a corrida foi ontem, e foi outro quem te ganhou.
Faz-me um favor: fecha os olhos e lembra-te das tuas viagens. Diz-me agora o que vês. Consegues ver os campos verdejantes à tua frente? Consegues sentir o vento a bater-te nas pernas? Ou pelo menos lembrar o cheiro da rapariga de olhos azuis que costuma sentar-se ao teu lado? Eu não me lembro de quando beijei a tua boca pela primeira vez. Eu já nem me lembro se alguma vez beijei a tua boca. Lembro-me dos teus Marlboro amaçados e da tua mala castanha de viagem. Como era a tua voz? Costumavas gaguejar antes de dizeres que me amavas? Apenas sei que sorrias quando te acordava com um beijo. Não me lembro se tinhas olhos azuis ou verdes. Talvez verdes. Mas adorava ver os teus pés morenos a baloiçar ao vento.
Agora sei que tens outro homem e és feliz, mas não sei se alguma vez eu fui teu. Se fui, apenas foi por teres pena de mim. E compreendo isso. Eu amava-te demais. Demais para estar contigo. (Suponho que nunca vás perceber o que isso é).
A minha estação está próxima. Não sei que mais te dizer.
Não te consigo tirar da cabeça.
(Talvez até encontrar alguém novo)
Faz-me um favor: fecha os olhos e lembra-te das tuas viagens. Diz-me agora o que vês. Consegues ver os campos verdejantes à tua frente? Consegues sentir o vento a bater-te nas pernas? Ou pelo menos lembrar o cheiro da rapariga de olhos azuis que costuma sentar-se ao teu lado? Eu não me lembro de quando beijei a tua boca pela primeira vez. Eu já nem me lembro se alguma vez beijei a tua boca. Lembro-me dos teus Marlboro amaçados e da tua mala castanha de viagem. Como era a tua voz? Costumavas gaguejar antes de dizeres que me amavas? Apenas sei que sorrias quando te acordava com um beijo. Não me lembro se tinhas olhos azuis ou verdes. Talvez verdes. Mas adorava ver os teus pés morenos a baloiçar ao vento.
Agora sei que tens outro homem e és feliz, mas não sei se alguma vez eu fui teu. Se fui, apenas foi por teres pena de mim. E compreendo isso. Eu amava-te demais. Demais para estar contigo. (Suponho que nunca vás perceber o que isso é).
A minha estação está próxima. Não sei que mais te dizer.
Não te consigo tirar da cabeça.
(Talvez até encontrar alguém novo)
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