segunda-feira, 21 de junho de 2010

cartas perdidas: cruz das tormentas

Matem-me.
Tirem-me deste tormento
Que é meu sofrimento
No qual eu nado e me afogo
Lentamente...
Esta cruz que me persegue
E que não consigo afugentar
Persegue-me mesmo
Sem precisar de me procurar.
Eu trago-a em mim,
E de lá não a consigo tirar.
Porque tens que me massacrar?
Desaparece.
Deixa-me em paz.
Tu que transformas a minha vida fugaz
Na pior das mortes
Lenta e vagarosa
E preguiçosa em chegar.
Pára de me importunar...
Porque tudo me parece
uma cabala em que tudo se transforma:
Os segundos em horas
As horas em semanas
As semanas em anos
E os anos em vidas.
Passadas e esquecidas
Que procuram regressar.
Espero por ti há tempo demais...
Porque prolongas essa demora?
Se eu só quero desaparecer,
Porque insistes em me fazer viver?

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