domingo, 13 de junho de 2010

cartas perdidas: a ira de césar

Como ousas tu, Almada, depois deste tempo todo, dizer que eu te fiz cativo? Acreditas mesmo que sou eu que te prendo? Tu és quem não quer ir embora. Culpas-me por todos os teus fracassos, dizes-me que sou o motivo para todas as tuas derrotas. És tu quem não quer ser mais homem do que o homem que és hoje. Eu abri-te a porta, permiti que deixasses entrar outras pessoas, contudo fazias com que eu ainda quisesse beber do teu café envenenado. E eu sempre sorri, sem saber quem bebia.

Tu sempre gostaste de me lembrar da minha condição ridícula e do meu engenho mediocre. Invejo-te, não pela pessoa, mas pelo acto. Eu, ao contrario de ti, sempre te invejei pela pessoa, pela pessoa que eras, pela pessoa que amei e sempre respeitei. Mas tu, fazias sempre por insultar a nossa amizade, sujavas o meu nome, arrastavas o meu corpo pela lama, e fazias das minhas lagrimas motivo de gargalhada. No inicio também me ri, enganado, coitado...

Almada, tanta é a minha raiva e desprezo por ti, que o meu amor não me permite escrever uma boa carta.


Sem comentários:

Enviar um comentário