Como ousas tu, Almada, depois deste tempo todo, dizer que eu te fiz cativo? Acreditas mesmo que sou eu que te prendo? Tu és quem não quer ir embora. Culpas-me por todos os teus fracassos, dizes-me que sou o motivo para todas as tuas derrotas. És tu quem não quer ser mais homem do que o homem que és hoje. Eu abri-te a porta, permiti que deixasses entrar outras pessoas, contudo fazias com que eu ainda quisesse beber do teu café envenenado. E eu sempre sorri, sem saber quem bebia.
Tu sempre gostaste de me lembrar da minha condição ridícula e do meu engenho mediocre. Invejo-te, não pela pessoa, mas pelo acto. Eu, ao contrario de ti, sempre te invejei pela pessoa, pela pessoa que eras, pela pessoa que amei e sempre respeitei. Mas tu, fazias sempre por insultar a nossa amizade, sujavas o meu nome, arrastavas o meu corpo pela lama, e fazias das minhas lagrimas motivo de gargalhada. No inicio também me ri, enganado, coitado...
Almada, tanta é a minha raiva e desprezo por ti, que o meu amor não me permite escrever uma boa carta.
Sem comentários:
Enviar um comentário